Em que medida pagamentos digitais, experiência do consumidor e mobilidade urbana se interligam e correlacionam na construção de cidades menos caóticas e mais amigas dos seus habitantes?
Foi sobre esta questão que o mais recente estudo “The Future of Transportation: Mobility in the Age of the Megacity” elaborado pela Visa, um dos gigantes mundiais da área dos pagamentos, procurou refletir. O relatório foi realizado com 19 mil pessoas de 19 países e as questões abordadas focaram-se na experiência do consumidor com as viagens de ida e volta do trabalho ou escola, as razões para não escolherem alguns meios de transporte, opiniões sobre o pagamento dos transportes e diferentes inovações que poderiam ter um impacto positivo na sua experiência de viagem.
Em média, o estudo revela que 44% afirmam utilizar os transportes públicos para se deslocarem para o trabalho ou escola em contraponto com os 54% que disseram preferir meios privados (carro ou mota, p.ex.). Esta última percentagem parece estar ligada ao tempo que os inquiridos perdem nas viagens em transportes públicos, uma vez que segundo a perceção destes utilizadores, o tempo que passaram em viagem aumentou durante os últimos cinco anos.
Esta “perda de tempo” entre viagens acaba por ter efeitos nefastos no bem-estar dos cidadãos. A maioria dos participantes no estudo referiu que experienciou um aumento dos seus níveis de ansiedade e a uma menor satisfação com a vida.
A par do tempo de viagem, a sobrelotação dos transportes (especialmente nos metropolitanos e autocarros), o custo da viagem, a limpeza, a conveniência, o serviço ao cliente e os atrasos, foram outros dos tópicos mais referidos pelos inquiridos como condicionantes a uma boa experiência de utilização dos transportes públicos.
A procura de simplicidade esbarra, ainda de acordo com o relatório, num tema particularmente sensível: os métodos de pagamento. A necessidade de adquirirem diferentes bilhetes para diferentes tipologias de viagem (44% dos inquiridos), o desconhecimento em relação ao preço (42%) e o facto de alguns serviços apenas poderem ser pagos com dinheiro físico (41%) são obstáculos decisivos.
Pagamentos Digitais: a solução para melhorar mobilidade urbana
A resolução destes problemas torna-se ainda mais premente quando se percebe que a população urbana cresce a um ritmo acelerado e as cidades se encontram congestionadas com automóveis particulares que provocam não só graves problemas de mobilidade, como contribuem decisivamente para o aumento exponencial da emissão de gases de estufa nocivos para a saúde pública. Quem não se recorda das imagens de uma Xangai dominada por uma espessa neblina tóxica?
Em cidades com melhores e mais organizados sistemas de transportes como Londres e Nova Iorque, apenas 13% dos indivíduos utiliza viatura própria em contraponto com os 43% de cidades sem um sistema de transportes intermodal (comboio, metro e autocarro) bem estruturado. Esta organização estrutural que contempla domínios tão diversos como mais infraestruturas ou horários mais alargados de funcionamento dos transportes públicos passa, igualmente, como afirma a maioria dos inquiridos (41%), e em particular aqueles pertencentes às gerações mais novas, pelos pagamentos digitais, com particular enfoque no contactless e nas aplicações móveis (apps).
Cinquenta por cento das pessoas que se disseram abertas a inovações, afirmaram que teriam mais probabilidades de utilizar um transporte público se tivessem acesso a uma app que lhes permitisse planear e pagar as suas viagens em transportes intermodais. É exatamente isto que soluções de pagamento digitais com recurso a tecnologia contactless providenciam.
Com o digital a adquirir uma importância crescente na vida quotidiana e o desenvolvimento de meios de pagamento digitais, em muitos locais do planeta já é possível, a partir de apps instaladas no smartphone, comprar títulos de transporte e utilizá-los diariamente sem recurso a mais do que um telemóvel e um TPA físico com tecnologia contactless, este disponibilizado pelo operador do transporte.
Mais seguros (são virtualmente à prova de roubo ao contrário do dinheiro físico), mais rápidos e muito mais cómodos, o potencial dos pagamentos contactless é imenso e o seu crescimento exponencial são a expressão máxima do que acabamos de dizer. Recentemente, em Estocolmo, as notas e moedas foram abolidas nos autocarros e, em Londres, a introdução desta tecnologia no seu sistema de transportes permitiu uma redução de custos de 35% (sensivelmente 100 milhões de euros) ao operador para além, claro está, de ganhos de tempo e comodidade para os utilizadores do metro mais antigo do mundo.
O pensar a mobilidade urbana sob um ponto de vista que privilegia a comodidade do utilizador e a aposta em meios de pagamento tecnologicamente inovadores não é propriedade exclusiva dos “outros países”.
Em Portugal, 2020 começou com o anúncio de uma parceria entre a Unicre, os Transportes Intermodais do Porto (TIP) e a Visa para o lançamento de um projeto-piloto que permitirá ao utente efetuar o pagamento da sua viagem em qualquer meio de transporte público do Porto utilizando somente um cartão contactless. Apesar de estar limitada, nesta primeira fase, à cidade Invicta, esta solução pioneira em Portugal tem por objetivo estender-se, no curto prazo, às principais cidades do país.
A interação entre digital e contactless conheceu recentemente um novo capítulo com o lançamento da solução TPA REDUNIQ Smart. Este novo terminal oferece ao cliente a possibilidade de aceitar pagamentos contactlesss e ainda desenvolver e incorporar uma série de aplicações (apps) de gestão, faturação ou marketing proporcionando ao consumidor uma experiência de compra mais completa.
Entre outras coisas, o utilizador pode, por exemplo, consultar o catálogo no terminal, selecionar o produto que pretende, fazer o pagamento por cartão ou smartphone, imprimir ou ler um bilhete por QR Code. Tudo isto a partir de um único TPA Contactless.
O REDUNIQ Smart está preparado para aceitar pagamentos contactless (cartão, smartphone ou wearables), chip, MB Way ou Apple Pay e permite que o comerciante possa, entre outras coisas, gerir online e em tempo real os sistemas backoffice, de compras e fornecedores.