A pandemia de Covid-19 precipitou uma série de mudanças na nossa vida que adquiriram particular expressão nos hábitos de compra e pagamento. Vivemos num momento de total redefinição do conceito de pagamento com a democratização da utilização da tecnologia contactless e do crescimento das transações digitais e os números comprovam-no.

Pagamentos Contactless e o impacto do Covid-19 - Infográfico

Na Europa, 78% de todas as transações são já realizadas com recurso ao contactless e a tendência irá manter-se se atendermos aos 73% de europeus que afirmam que o fim da pandemia não alterará este hábito.

Entre os dispositivos de pagamento contactless, o grosso da população europeia (86%) prefere a utilização de cartões de débito ou crédito, sendo que 40% pediu a substituição dos seus cartões por outros que tenham tecnologia contactless integrada.

O grosso dos consumidores europeus parece estar extremamente satisfeita com esta tecnologia, a tal ponto que 64% assinalam o contactless como a sua forma de pagamento preferida.

Tidos como mais higiénicos (81%), simples (85%) e seguros (64%), os pagamentos contactless afirmaram-se, nos últimos meses, como uma alternativa extremamente credível em relação ao dinheiro físico (42% dos europeus admitem ter reduzido a utilização de dinheiro e 17% deixou mesmo de o usar) em especial nas compras em mercearia (87%), lojas de retalho (85%) e farmácias (44%).

O impacto dos pagamentos contactless via smartphone e wearables também merecem nota de destaque. 28% dos consumidores do velho continente afirma utilizar esta tecnologia no smartphone, enquanto 4% já o fazem através de um wearable (smartwatch, pulseiras, etc.)

Contactless em Portugal

Ao longo de 2020, o contactless, presente em 50% dos cartões nacionais e 55% dos terminais de pagamento, assumiu-se como um precioso auxiliar das autoridades sanitárias e governativas na luta contra a pandemia levando, inclusive, o Banco de Portugal a aumentar no dia 25 de março o valor máximo por transação através de cartão contactless de 20€ para 50€ originando um crescimento nunca antes visto na utilização desta tecnologia no nosso país.

Entre janeiro e agosto de 2020, a faturação de contactless registou uma média de crescimento perto de 18% (+7,2 p.p.), o que revela um elevado ritmo de crescimento em ano de pandemia. Enquanto 2019 é marcado por uma evolução constante da faturação de contactless, 2020 mostra um pico de crescimento entre abril e maio que inaugura aquilo a que se pode denominar como a era da democratização desta tecnologia entre os consumidores.

De março a novembro deste ano, o peso do contactless no total da faturação dos negócios portugueses quase que triplicou passando de 13% para 35%, respectivamente. Em termos homólogos, novembro de 2020 fechou com um aumento de 4x face a igual período de 2019.

Esta torrente de crescimento atingiu, de igual modo, o ticket médio (valor médio por pagamento). Se, em janeiro de 2020, este valor situava-se nos 14,46€, em finais de setembro encontrava-se já nos 20,67€. Uma nota para março e abril. Durante estes meses de confinamento obrigatório, verificou-se um aumento mais acentuado do ticket médio por força da redução de transações e de um gasto maior por cada ida às compras.