Num verão ainda marcado pela pandemia, os dados do mais recente relatório de análise transacional REDUNIQ Insights revelam que os consumidores continuaram a apostar nos pagamentos contactless, tendo estes representado, em agosto, 67% do número total de transações registados pela rede de aceitação da REDUNIQ.
Para além da confiança crescente depositada pelos consumidores portugueses na tecnologia contactless, do relatório ressalta a importância da faturação por cartões de pagamento nacionais (+16,5%), que contrasta com a quebra de 23,1% na faturação por cartões de pagamento estrangeiros quando se compara o verão de 2021 a igual período de 2019.
É exatamente pelo aumento da faturação turística nacional que começaremos a análise mais fina dos dados do último relatório REDUNIQ Insights, documento que se debruça sobre a evolução da faturação em Portugal, com especial foco nos negócios do setor turístico.
Turistas nacionais “seguram” verão
Como referimos, uma das principais conclusões deste último relatório é a clara tendência de crescimento da faturação proveniente de cartões de pagamento nacionais durante este verão. De acordo com o REDUNIQ Insights, quando realizada a comparação entre o verão de 2021 e o último verão pré-pandémico (2019), verifica-se um crescimento de 16,5% dos pagamentos com origem em cartões nacionais.
Este cenário é, igualmente, visível nas atividades económicas associadas ao turismo – hotelaria, restauração e rent-a-car – que também registaram subidas de faturação nacional este verão face a 2019 de, respetivamente, 34,8%, 84,3% e 50%.
Em sentido contrário encontrou-se a faturação originada por cartões de pagamento estrangeiros que, neste verão, continuou, à semelhança do ano passado, num patamar inferior aos resultados obtidos há dois anos, apesar de esta quebra ser inferior do que a que se registou entre o verão de 2020 e o verão de 2019.
Feitas a contas, o saldo dos negócios neste verão registou menos 23,1% de faturação de origem estrangeira quando em comparação com 2019, com as atividades de hotelaria, restauração e rent-a-car a obterem menos 39,7%, 19% e 19,1%, respetivamente, neste mesmo período de comparação.
Quando a comparação se faz entre 2020 e 2019, as quebras destas categorias estiveram nos 71,3% para a hotelaria, 55% para a restauração, e 59,3% para o rent-a-car. Ainda que a queda da faturação estrangeira tenha sido significativa, existiram mercados que acabaram por contribuir positivamente para a faturação dos negócios nacionais.
Neste particular, o destaque vai para França, Irlanda e Espanha que, respetivamente, aumentaram o seu contributo para a faturação dos negócios nacionais em 5,5%, 4,7% e 1,1% face ao verão de 2019.
Quando analisado o ranking global dos países que contribuíram para a faturação estrangeira em Portugal, o destaque vai para quatro países europeus: França (25,6% do total), Reino Unido (12,9% do total), Espanha (11,3% do total), e Irlanda (8% do total). Encerram este top 5 os Estados Unidos da América, com um peso de 6,1% no total da faturação estrangeira.
Juntando os dados da faturação com origem em cartões nacionais e estrangeiros, o relatório REDUNIQ Insights diz-nos, de forma perentória, que o valor arrecadado pelos negócios em Portugal durante o verão de 2021 foi 5,5% superior ao verificado no mesmo período de 2019.
Açores lideram peso da faturação turística nacional
Do nível macro para o nível regional, numa análise transacional por regiões, verifica-se semelhante tendência de crescimento da faturação nacional e de quebra da faturação estrangeiro nos cinco principais distritos turísticos: Lisboa, Porto, Faro, Madeira e Açores.
Enquanto a faturação proveniente de cartões nacionais ultrapassou os valores de 2019 em 68,3% nos Açores, 36,6% na Madeira, 26,6% em Faro, 10,5% em Lisboa, e 10,3% no Porto, a faturação estrangeira registou o cenário inverso, com quebras face ao verão de 2019 de 40,7% em Lisboa, de 27,4% no Porto, de 22,1% em Faro, de 20,8% nos Açores e de 18,1% na Madeira.
De acordo com o relatório, estes resultados assimétricos encontram justificação num variado e alargado conjunto de fatores.
Se, podemos justificar o aumento da faturação nacional com a gradual reabertura da economia, aliada a uma forte promoção do turismo em Portugal junto do mercado interno (basta analisar o aumento significativo do consumo nacional em regiões como a Madeira e os Açores), quando o assunto é a quebra da faturação estrangeira, ainda se verifica o impacto significativo da pandemia no regresso do consumidor externo ao nosso país, ainda que alguns mercados estrangeiros, como a França ou a Espanha, tenham aumentado a sua faturação em Portugal este ano, quando comparada com anos anteriores.
Contactless consolida liderança nos pagamentos
A notícia de que o contactless continua a alargar o seu domínio no campo dos pagamentos não é propriamente um dado novo. Desde janeiro de 2020, os pagamentos contactless adquiriram uma dimensão na faturação total dos negócios portugueses nunca antes vista, tendo chegado aos 42% no relatório REDUNIQ Insights de março deste ano, uma percentagem que foi, entretanto, completamente vaporizada.
Só em agosto deste ano, os pagamentos contactless representaram 67% do total de operações efetuadas na rede de pagamentos da REDUNIQ, um valor que contrasta com os 4% de janeiro de 2019, e que vem comprovar a gradual consolidação dos pagamentos sem contacto, e até uma crescente adesão dos portugueses a novas formas de pagar baseadas na utilização do smartphone ou wearables.